Como era esperado, o presidente interino, Michel Temer, foi vaiado na
abertura das Olimpíadas do Rio, na noite desta sexta (5), no Maracanã,
confirmando o clima dos protestos de rua que pedem sua saída do cargo.
Em sua única aparição oficial, que durou poucos segundos no telão do
estádio, Temer provocou revolta na plateia que reagiu com vaias
ensurdecedoras que acabaram abafando parte de sua fala.
Ao se posicionar no microfone para abrir oficialmente os Jogos
Olímpicos, seu rosto amedrontado não deixava dúvida sobre o pavor do
vexame. O temor se confirmou. E a vaia veio avassaladora. Atrás dele, o
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e convidados ainda tentaram
puxar palmas, mas não foram suficientes para ofuscar os apupos. O
planeta viu ao vivo e a cores que o ocupante do Palácio do Planalto é
rechaçado pela população.
Como os protestos do lado de fora do estádio, ainda à tarde, que
denunciavam o golpe e o impacto de despejos e violações de direitos
humanos das obras da Olimpíada, as vaias dentro do estádio repercutiram
imediatamente na imprensa internacional. Mas na mídia local,
comentaristas de TVs abertas tentaram amenizar o protesto contra o
interino. Em emissoras de TV a cabo, como a ESPN, foi dito que as vaias
superaram os aplausos.
Vexame
Temer fez de tudo para evitar o vexame internacional, que repercutiu
negativamente no exterior. Colocou a Força Nacional para intimidar
torcedores que portavam camisetas, cartazes e faixas contrários a seu
governo. Declinou de ter o nome anunciado no estádio. Reduziu
drasticamente o tempo de discurso. Mas não teve como se esquivar de
abrir oficialmente os Jogos, já que esse é o papel dos chefes de Estado.
Mas mesmo sendo vaiado e de ter ouvido palavras de ordem como "Fora
Temer" e "Não Vai Ter Golpe", o interino não foi submetido a um ataque
sexista como o que Dilma foi vítima durante a abertura da Copa do
Mundo, em 2014, em São Paulo, pela elite brasileira. A plateia do
Maracanã não entoou um "Ei, Temer, vai tomar no c..." Fica claro, que
ser mulher pesou contra a presidente eleita Dilma Rousseff desde o
começo da crise deflagrada pela oposição.
Brasil fez bonito
Tirando a frustração de ter golpistas na tribuna de honra com a
empolgação de um funeral, a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de
Janeiro não deixaram nada a dever às dos países desenvolvidos. O momento
alto do evento foi a formação dos arcos olímpicos representando os
cinco continentes com folhas de árvore, que pela primeira vez surgiram
em uma única cor, simbolizando a Amazônia.
A decolagem do 14 Bis, Santos Dumont, no Maracanã também vai marcar
para sempre a história das Olimpíadas no Brasil. Tanto quanto o homem
sobre o estádio de Los Angeles, nos Estados Unidos, nos Jogos de 1984.
Fonte: Caros Amigos
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