O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (30), a
Medida Provisória 726/16, que reorganiza a estrutura do Executivo
federal em razão da reforma administrativa feita pelo governo Temer. A
matéria precisa ser votada ainda pelo Senado.
A proposta transforma, incorpora, cria e extingue ministérios, que
passam a ser 24. A MP 728, editada 15 dias depois da MP 726, recriou o
Ministério da Cultura após protestos de atuantes no setor, como artistas
e entidades culturais.
O texto aprovado é de uma emenda aglutinativa do líder do governo,
deputado Andre Moura (PSC-SE), que incorporou a maior parte do projeto
de lei de conversão do deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG).
Com a aprovação da emenda, os partidos de oposição acusaram o governo de
fazer uma manobra porque isso impediu a votação de emendas que
pretendiam recriar os ministérios da Previdência Social, do
Desenvolvimento Agrário e da Ciência e Tecnologia.
Por meio de um destaque do PSDB, o Plenário restituiu a Secretaria de
Política para as Mulheres (SPM) ao Ministério da Justiça, conforme
constava na MP original. O projeto de lei de conversão e a emenda
aprovada previam sua alocação na Secretaria de Governo da Presidência da
República.
Também os temas relacionados à igualdade racial e aos direitos humanos
ficam com o Ministério da Justiça, que passa a se chamar Ministério da
Justiça e Cidadania.
Outras mudanças são a incorporação da Previdência Social ao Ministério
da Fazenda; a transformação da Controladoria-Geral da União (CGU) em
Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle - CGU; e a extinção
do Ministério das Comunicações com a incorporação de suas atribuições
ao novo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações.
A Secretaria da Micro e Pequena Empresa ficará com a Secretaria de Governo em vez da Casa Civil, como previsto inicialmente.
Críticas
Deputados do PT e do PCdoB criticaram a medida provisória. O deputado
Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que a mudança é muito profunda para um
governo que assumiu em caráter interino. “É muita petulância de um
governo interino propor uma mudança tão profunda na máquina
governamental”, afirmou.
Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), a extinção de pastas
ligadas a questões sociais dá o tom do governo de Michel Temer. “Não
podemos nesta noite simbólica, quando há o depoimento da presidente
eleita no processo de impeachment, estar um governo provisório fazendo
uma reforma que dá fim à pasta de direitos humanos, das mulheres, da
igualdade racial”, reclamou.
Fonte: Agência Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário