Os 70 anos
da Federação Democrática Internacional de Mulheres (Fedim) foram
celebrados, nesta segunda-feira (22), em sessão especial do Senado,
presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS). Durante a sessão, a
presidente da Fedim, Márcia Campos, à frente da instituição há 15 anos,
defendeu o direito das mulheres a um ano de licença-maternidade e a
construção de mais creches no país.
— Essa é uma
das principais bandeiras das mulheres trabalhadoras, e nós temos essa
bandeira há muito tempo aqui no Brasil. Infelizmente tem andado pouco.
Mas nós queremos deixar claro que a creche e o aumento da
licença-maternidade são fundamentais para que a mulher trabalhadora
tenha condições de trabalhar e fazer parte da construção do nosso país —
afirmou.
Para Márcia,
a sociedade precisa assumir a maternidade como um bem social, pois a
criança não é apenas da mulher, mas da sociedade. A presidente da Fedim
pediu ainda a solidariedade ao povo da Síria, que sofre a guerra há
cinco anos. Ela disse ainda que a federação luta pelo fim das guerras em
todo o mundo.
— Nós
queremos as mulheres do mundo emancipadas, com trabalho, com direito à
maternidade digna, com direito a uma licença-maternidade digna, com
direito a fazer valer a voz da mulher junto aos homens do mundo para que
todas nós sejamos livres — disse.
Tráfico
Na abertura
da sessão, Paim falou do tráfico internacional de pessoas. Ele citou
estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo as quais
apenas o tráfico de mulheres e crianças movimenta anualmente de US$ 7
bilhões a US$ 9 bilhões por ano. Paim lembrou do sequestro de mais de
200 garotas estudantes na Nigéria pelo grupo terrorista Boko Haram em
2015 e falou da importância do trabalho da Fedim para garantir os
direitos das mulheres.
O senador
lembrou ainda as conquistas na legislação brasileira em favor das
mulheres, como a aprovação da lei que garante os direitos sociais às
empregadas domésticas e da Lei Maria da Penha. Paim defendeu ainda a
aprovação do Projeto de Lei da Câmara 130/2011,
que multa os empregadores que cometem discriminação entre mulheres e
homens para fins de remuneração profissional e oportunidades de ascensão
profissional.
— Quando eu o
relatei nas comissões e aprovei e o projeto veio para o Plenário, eu
tinha o entendimento — já se passaram mais de dois anos — de que essa
lei seria aprovada de imediato. Mas apareceu aqui um recurso para mandar
esse projeto para a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e para a
Comissão de Serviços de Infraestrutura. O que têm a ver reforma agrária e
infraestrutura com o direito das mulheres? Não têm nada a ver!
—questionou Paim.
Também
participaram da sessão a presidente da Confederação das Mulheres do
Brasil, Gláucia Morelli; o presidente da Central Geral dos Trabalhadores
do Brasil, Ubiraci Dantas de Oliveira; e a vice-presidente e secretária
da Mulher do Partido Pátria Livre, Rosanita Monteiro de Campos.
História
Conforme
relatado por Gláucia Morelli, a história da Fedim começou após a Segunda
Guerra Mundial, quando 850 mulheres se uniram na França. A Federação
Internacional das Mulheres é uma organização não governamental, que une
mulheres de diferentes setores e crenças em defesa de direitos, de
igualdade, de emprego e por uma sociedade mais justa para as mulheres.
Um dos
princípios da federação é o de garantir os direitos das mulheres e um
bom futuro para as crianças em um mundo de paz. Atualmente, conta com
660 organizações filiadas, em 160 países.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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