A atitude da Globo de não transmitir a bela festa de abertura das
Paraolimpíadas não é só uma traição à luta das pessoas portadoras de
deficiência que, dentro e fora do esporte, superam a discriminação e o
preconceito de que são vítimas.
Também é um desrespeito à sua obrigação de concessionária de um
serviço público, estabelecida na Constituição, de ter como princípio ter
“finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas” e
guardar “valores éticos e sociais da pessoa e da família”.
É tudo isso, mas não foi por isso que ela privou os brasileiros de
assistirem, na TV aberta, a celebração da igualdade humana para além das
diferenças.
Foi para “esconder” Michel Temer – mais do que ele próprio e a
organização do evento o fizeram – das vaias e do coro de “Fora Temer”
que, por três vezes, tomou conta do estádio do Maracanã.
Como se ainda fosse possível, na era da internet, que um monopólio de
televisão faça as coisas “não existirem”, por não serem vistas.
Para que se sustente o discurso de que os protestos são “mini”, de 40, de 50 pessoas?
Não é apenas odioso que se faça isso com um evento que tem tantas
características de humanidade, mostrando o que o desprezo à democracia
é, essencialmente, um desrespeito à diversidade.
É inútil, porque apenas retarda a percepção da realidade como ela é: o Brasil estar sendo governado por um presidente clandestino, incapaz de encarar seu povo.
Um presidente que não se sustenta e que precisa das muletas da
manipulação midiática para se manter de pé é um rato, perto daqueles
homens e mulheres que desfilaram, ontem, mostrando que a superação
depende de coragem, não da covardia.
Fonte: Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário