O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de
sinalizador do PIB, iniciou o terceiro trimestre no vermelho, com baixa
de 0,09 por cento em julho sobre junho, conforme dados dessazonalizados
divulgados pelo BC nesta segunda-feira
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - A atividade econômica do Brasil
iniciou o terceiro trimestre no vermelho, com leve queda de 0,09 por
cento em dados dessazonalizados, num resultado pior que o esperado e que
ressalta as dificuldades para a retomada de uma recuperação
consistente.
O resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central
(IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB),
frustrou expectativa de elevação de 0,25 por cento do índice no mês,
segundo pesquisa Reuters.
Divulgado nesta segunda-feira pelo BC, o IBC-Br incorpora projeções
para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como
o impacto dos impostos sobre os produtos.
No mês, o desempenho do índice foi negativamente afetado pelas vendas
no varejo, que voltaram a cair em julho, com retração de 0,3 por cento
sobre junho.
Apesar de o setor de serviços ter exibido um crescimento no volume de
0,7 por cento e da produção industrial também ter ficado no campo
positivo, supreendendo com ligeira alta de 0,1 por cento, o IBC-Br
acabou fechando o mês em território negativo.
"De um lado a gente começa o terceiro trimestre com sinalização
fraca, mas em algum medida isso já era antecipado pelos dados da
indústria e mesmo do varejo", afirmou o economista-chefe da Gradual
Investimentos, André Perfeito.
"Mas o trimestre encerrado em julho contra o trimestre imediatamente
anterior está apontando queda cada vez menor", acrescentou Perfeito, que
enxerga aí um sinal do fim da desaceleração acentuada da economia. Ele
estima que o PIB do terceiro trimestre sofrerá retração de 0,3 por
cento.
Nesta segunda, o BC também revisou o resultado de junho para uma alta
de 0,37 por cento, contra aumento de 0,23 por cento informado
inicialmente.
Em 12 meses até julho, o IBC-Br acumula um tombo de 5,61 por cento, em dado dessazonalizado.
A expectativa de economistas ouvidos semanalmente pelo BC em pesquisa
Focus é de que a atividade medida pelo PIB vá fechar 2016 com retração
de 3,15 por cento.
"O dado do IBC-Br corrobora nossa expectativa de um terceiro
trimestre de atividade ainda em marcha ré, mas já melhor do que o
segundo e com a fraca base de comparação do ano passado já exercendo
alguma influência", destacou em nota o economista-chefe do banco Fator,
José Francisco Gonçalves.
Ele acrescentou ainda que, qualquer sinal mais evidente de reversão
da atual recessão, só deve vir no último trimestre deste ano.
No segundo trimestre, a recessão brasileira chegou ao seu ponto mais
agudo, com recuo de 0,6 por cento do PIB sobre o período anterior, mas
começou a dar alguns sinais de recuperação com desempenhos positivos da
indústria e dos investimentos depois de vários meses no vermelho.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem dito que a expectativa
do governo é de um crescimento do PIB no último trimestre deste ano.
Fonte: Brasil 247
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