Cleia Viana / Câmara dos Deputados |
A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara
dos Deputados aprovou proposta que revoga a aplicação de decreto do
Executivo que autoriza a substituição de servidores públicos federais em
greve por outros servidores estaduais, municipais ou terceirizados
(Decreto 7.777/12). A revogação está prevista no Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 641/12, do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). O decreto do governo foi publicado em julho de 2012.
De acordo com o decreto, a substituição dos grevistas por servidores
dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios deverá ser feita por
meio de convênio assinado pelo ministro de Estado da área. Outra opção é
a adoção de “procedimento simplificado” para a continuidade do serviço.
O PDC 641/12 revoga essas duas possibilidades e anula qualquer eventual
ato decorrente desse decreto.
O relator na Comissão de Trabalho, deputado Benjamin Maranhão
(SD-PB), recomendou a aprovação da matéria. Ele concordou com os
argumentos de Faria de Sá de que o decreto desrespeita a Constituição ao
retirar do servidor o exercício do direito de greve e permitir que
pessoas estranhas à Administração Federal exerçam funções específicas
dos órgãos cujos servidores estejam em greve.
Em relação especificamente ao direito de greve do servidor, Benjamin
Maranhão observou que o Decreto 7.777/12 destaca as atividades de
liberação de veículos e cargas no comércio exterior, o que seria seu
principal objeto. “Melhor seria se a norma tratasse exclusivamente dessa
questão, sem violar o direito de greve dos servidores de maneira ampla e
irrestrita. Indiretamente, o decreto limita o direito de greve dos
servidores, o que só poderia ser feito por lei específica”, explicou.
Outro argumento para a suspensão do decreto é que a norma
desrespeitaria regras do Orçamento ao não prever despesa decorrente da
contratação de substitutos aos grevistas. “Medidas que impliquem aumento
da despesa pública devem passar pelo crivo do Congresso Nacional”,
resumiu Maranhão.
Tramitação
A proposta será analisada ainda pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para o Plenário.
A proposta será analisada ainda pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para o Plenário.
Fonte: Agência Camara
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