Reproduzimos, abaixo, o texto publicado pelo vereador e ex-Prefeito Adão Faraco acerca do cenário político-eleitoral de Alegrete em 2016. Pela importância do autor, destacado militante do PMDB, tendo sido Prefeito de 1982 a 1986, além de ter ocupado a Secretaria dos Transportes do Estado do RS, no Governo Simon, de 1987 a 1990, e a Presidência do Trensurb.
1. RAZÕES DE UM “NÃO” À COLIGAÇÃO PP / PMDB -
Estive uns dias fora do Alegrete e só hoje li os jornais da semana que passou. Vejo notas sobre a proposta “coligação” PP e PMDB. Há informações de que sou contrário “por ter sido perseguido na ditadura e que associo o PP à antiga ARENA”.
É claro. Associo o Presente ao Passado recente da nefasta ditadura que o PP ainda faz manifestações de apoio. Mas, não se trata apenas de “associação do PP com a ARENA”. Esse nome foi de tal intensidade execrado pelo povo que se obrigaram a mudar para PDS. Não apagado o conceito ruim, Maluf quando presidiu o PDS, propôs a sigla PP.
Duas vezes trocaram de nome, mas não mudaram a ideologia.
Nada tenho contra as pessoas, mas não concordo com parte essencial de suas ideias. Por isso, tenho o dever de dizer à minha Comunidade, o que segue, com base no Direito Constitucional de Liberdade de Expressão.
2. INJUSTIÇAS E PREJUÍZOS QUE PERDURAM ATÉ HOJE Afirmo que não apenas eu fui alcançado pela sanha dos civis de 1964 liderados no País por Carlos Lacerda, que já havia protagonizado o drama nacional que em 1954 golpeou Getúlio Vargas. E que em 1964 derrubou o Presidente constitucional João Goulart. Milhares de patriotas tiveram mandatos cassados; direitos políticos suspensos; bancários, estudantes e professores foram afastados dos seus cargos e de suas aulas; aposentadorias foram negadas; outras foram impostas. Cidadãos de menor sorte amargaram prisões e torturados; muitos foram mortos e ainda hoje, em pleno século XXI, famílias inteiras procuram desaparecidos. Em Alegrete contam-se às dezenas os que foram injustamente golpeados por civis que faziam denúncias “anônimas” nas Unidades Militares e na Delegacia de Polícia. A acusação simplista: eram subversivos ! Posso citar alguns: o ferroviário Vereador Adolfo Souto Correa, e o Vereador Eroni Carús; o professor advogado Jorge Alberto Castelini Moreira, a emérita Professora Vanda Souza Trindade, e o professor Lino Rodrigues; os estudantes Eduardo Sabóia Bandeira de Melo, José Carlos Boabaid, o Lagranha; o operário Timóteo Bombach; os cirurgiões dentistas Cassiano Motta e Policarpo Pereira da Costa, o tipógrafo Emilio Lopes e seu filho poeta Carlos Santos Lopes; os capitães Joaquim Rodrigues de Freitas e Carlos Silva; os advogados Jairo Vargas e Jairo Tasso da Costa; os bancários João Antunes e Ajax Parrot; o funcionário estadual Valentim Trindade; o aviador Laci Guterres Felício. Dezenas de pessoas perderam empregos; famílias inteiras sofreram perseguições estúpidas. Os Juízes de Direito foram tolhidos em suas decisões contra o abuso das prisões sem causa; o habeas corpus perdeu validade. Todos eram visados por serem contrários ao golpe de 64, embora sem um só delito que justificasse o arbítrio dos “mini ditadores” locais. Quanto a mim, Vice Prefeito, exercendo a função de Secretário de Educação, tive como parceiros os Vereadores Eleú Menezes e Honório Paines. Tivemos os mandatos populares cassados e os direitos políticos suspensos por dez anos e também por dez anos proibidos de trabalhar com Bancos públicos: Banco do Brasil, Caixa Federal, Caixa Estadual, Banrisul e BRDE. Denuncistas de 64 ainda vivem aqui, enrustidos e temerosos de sua identificação.
3. A SURPREENDENTE JOGADA POLÍTICA ATUAL É meus amigos ! São muitas as razões por que não sou indiferente à submissão do PMDB aos caprichos políticos dos atuais herdeiros da renovada ARENA que aplaudem os ultrapassados “anos de chumbo”, e que hoje continuam exclamando “Saudade da Ditadura!”. A Executiva atual do PMDB ignora esses dolorosos fatos que a história recente retém, e que a Ética Política registra com vigor. Não tenho sentimento de vindita. Mas, fingir que esqueço, é impossível. A Nação inteira repudia os alicerces que ainda vigoram nas bases dos atuais herdeiros dos tempos da quebra do Estado de Direito. Em atitude caracterizada por questões pessoais do Presidente do Partido com o Prefeito, a Executiva pretende torcer o PMDB em favor do seu mais feroz adversário de direita, em todos os tempos no País. E hoje, aqui na Câmara de Vereadores, o PP é o opositor sistemático contra a administração municipal e a todas as suas boas realizações. A Executiva pretende explicar a subserviência ao PP. Alega a corrupção corrente por agentes do plano Federal. Ao mesmo tempo fecha os olhos às irregularidades inadmissíveis na Cúpula Federal do próprio PMDB. Os mais altos líderes do Partido são investigados em ações do Ministério Publico Federal: o Senador Jucá, é presidente do PMDB Nacional; Renan Calheiros - presidente do Senado; Eduardo Cunha – ex-presidente da Câmara; José Sarney – ex-presidente da República. Além disso todos os Deputados Federais do PP também estão investigados na Operação Lava Jato. Somos pela Tolerância Zero – sem exceção, contra todos os delinquentes que se valem dos Partidos e da Política.
4. INDECISÕES E INSEGURANÇA No Alegrete, não há ninguém comprometido com malfeitos federais. Trata-se hoje de eleição municipal e só dos interesses do povo do Alegrete, sem ligação com os erros de Governo –nacionais ou fora do país, nem se registram influência dos investigados. Os Partidos da Aliança e nós não temos compromissos ideológicos uns com os outros. Respeitamo-nos mutuamente e nos restringimos aos peculiares objetivos sociais, urbanos e rurais da cidade e do município de Alegrete. Não há motivos para afastar o PMDB de sua Aliança vitoriosa de 2008 e de 2012 para juntar-se a outra coligação. Justamente a que foi derrotada nessas mesmas eleições. Além disso a Executiva atual do PMDB, só nesses últimos meses, está na terceira ou quarta posição diferente sobre as eleições de outubro. Primeiro proclamou que só faria coligação com Partidos que admitissem candidato a Prefeito do PMDB. Nenhum Partido aderiu. A seguir, assumiu candidatura pura: Prefeito e Vice somente do PMDB. Depois, divulgou candidatura a Prefeito pelo PMDB e Vice do PP. De imediato o PP negou estribo. Logo após, a Executiva outra vez declara candidatos a Prefeito e a Vice do próprio PMDB. Falhou de novo. Agora, volta atrás ! E pretende atender às exigências do PP que habilmente conseguiu isolar o PMDB de seus parceiros PDT, PT, PV, PSB, PCdoB e PTB, e impôs sua candidatura a Prefeito. O PMDB – se quiser, assume a candidatura a Vice Prefeito. Do contrário, ficará isolado e dividido como se encontra hoje, sem razão que justifique a ruptura de sua tradicional unidade na história politica no Alegrete.
5. AS ELEIÇÕES DE OUTUBRO Se somamos com leais Companheiros, por duas vezes vitoriosos, em 2008 e 2012, não entendo por que nós do PMDB, em 2016, não podemos continuar somando nesta Parceria que administra Alegrete com realizações positivas inegáveis. Entretanto, a última Pré-Convenção do dia 09 de julho, teve na pauta a coligação PP / PMDB. Resultado: 28 votos a favor e 17 contra, o que nos diz que não foi unânime. Na Convenção de 23 de julho, o Diretório repete percentual similar. E não sendo unânime, se mantém a liberdade de refletir sobre essa tentativa de aproximação forçada. Afirmo que não pensei apenas no que vivi ao sabor das perseguições de 64 em diante, como a imprensa registrou semana passada. Faço raciocínios sobre tudo o que milhares de homens e mulheres, famílias inteiras e as instituições do País sofreram desgastes que explicam a fragilização de nossa estrutura social, política e econômica. E sobre todas as consequências nefastas que perduram por decênios como acontece depois de todas as ditaduras que o mundo viveu. E ainda vive. Há 53 anos, desde 18 de julho de 1963, quando firmei filiação no PTB, sucedido pelo MDB e pelo PMDB, cumpro essa posição dinâmica – de pensamento e de ação. Não estou só nesta apreciação crítica de valorização da Democracia. Nas ruas, nas filas dos Bancos, nos lugares públicos, são incontáveis os Conterrâneos e Conterrâneas que manifestam igual postura política, fiéis a Ideologia do PMDB e a sua História! O resultado real de tudo, o Povo soberano dirá nas urnas das eleições de outubro de 2016. Deixo estas ideias simples – a Homens e Mulheres, Velhos e Jovens, conscientes todos sobre as realidades que aponto, para que façam sua própria reflexão! adaofaraco@via-rs.net
2. INJUSTIÇAS E PREJUÍZOS QUE PERDURAM ATÉ HOJE Afirmo que não apenas eu fui alcançado pela sanha dos civis de 1964 liderados no País por Carlos Lacerda, que já havia protagonizado o drama nacional que em 1954 golpeou Getúlio Vargas. E que em 1964 derrubou o Presidente constitucional João Goulart. Milhares de patriotas tiveram mandatos cassados; direitos políticos suspensos; bancários, estudantes e professores foram afastados dos seus cargos e de suas aulas; aposentadorias foram negadas; outras foram impostas. Cidadãos de menor sorte amargaram prisões e torturados; muitos foram mortos e ainda hoje, em pleno século XXI, famílias inteiras procuram desaparecidos. Em Alegrete contam-se às dezenas os que foram injustamente golpeados por civis que faziam denúncias “anônimas” nas Unidades Militares e na Delegacia de Polícia. A acusação simplista: eram subversivos ! Posso citar alguns: o ferroviário Vereador Adolfo Souto Correa, e o Vereador Eroni Carús; o professor advogado Jorge Alberto Castelini Moreira, a emérita Professora Vanda Souza Trindade, e o professor Lino Rodrigues; os estudantes Eduardo Sabóia Bandeira de Melo, José Carlos Boabaid, o Lagranha; o operário Timóteo Bombach; os cirurgiões dentistas Cassiano Motta e Policarpo Pereira da Costa, o tipógrafo Emilio Lopes e seu filho poeta Carlos Santos Lopes; os capitães Joaquim Rodrigues de Freitas e Carlos Silva; os advogados Jairo Vargas e Jairo Tasso da Costa; os bancários João Antunes e Ajax Parrot; o funcionário estadual Valentim Trindade; o aviador Laci Guterres Felício. Dezenas de pessoas perderam empregos; famílias inteiras sofreram perseguições estúpidas. Os Juízes de Direito foram tolhidos em suas decisões contra o abuso das prisões sem causa; o habeas corpus perdeu validade. Todos eram visados por serem contrários ao golpe de 64, embora sem um só delito que justificasse o arbítrio dos “mini ditadores” locais. Quanto a mim, Vice Prefeito, exercendo a função de Secretário de Educação, tive como parceiros os Vereadores Eleú Menezes e Honório Paines. Tivemos os mandatos populares cassados e os direitos políticos suspensos por dez anos e também por dez anos proibidos de trabalhar com Bancos públicos: Banco do Brasil, Caixa Federal, Caixa Estadual, Banrisul e BRDE. Denuncistas de 64 ainda vivem aqui, enrustidos e temerosos de sua identificação.
3. A SURPREENDENTE JOGADA POLÍTICA ATUAL É meus amigos ! São muitas as razões por que não sou indiferente à submissão do PMDB aos caprichos políticos dos atuais herdeiros da renovada ARENA que aplaudem os ultrapassados “anos de chumbo”, e que hoje continuam exclamando “Saudade da Ditadura!”. A Executiva atual do PMDB ignora esses dolorosos fatos que a história recente retém, e que a Ética Política registra com vigor. Não tenho sentimento de vindita. Mas, fingir que esqueço, é impossível. A Nação inteira repudia os alicerces que ainda vigoram nas bases dos atuais herdeiros dos tempos da quebra do Estado de Direito. Em atitude caracterizada por questões pessoais do Presidente do Partido com o Prefeito, a Executiva pretende torcer o PMDB em favor do seu mais feroz adversário de direita, em todos os tempos no País. E hoje, aqui na Câmara de Vereadores, o PP é o opositor sistemático contra a administração municipal e a todas as suas boas realizações. A Executiva pretende explicar a subserviência ao PP. Alega a corrupção corrente por agentes do plano Federal. Ao mesmo tempo fecha os olhos às irregularidades inadmissíveis na Cúpula Federal do próprio PMDB. Os mais altos líderes do Partido são investigados em ações do Ministério Publico Federal: o Senador Jucá, é presidente do PMDB Nacional; Renan Calheiros - presidente do Senado; Eduardo Cunha – ex-presidente da Câmara; José Sarney – ex-presidente da República. Além disso todos os Deputados Federais do PP também estão investigados na Operação Lava Jato. Somos pela Tolerância Zero – sem exceção, contra todos os delinquentes que se valem dos Partidos e da Política.
4. INDECISÕES E INSEGURANÇA No Alegrete, não há ninguém comprometido com malfeitos federais. Trata-se hoje de eleição municipal e só dos interesses do povo do Alegrete, sem ligação com os erros de Governo –nacionais ou fora do país, nem se registram influência dos investigados. Os Partidos da Aliança e nós não temos compromissos ideológicos uns com os outros. Respeitamo-nos mutuamente e nos restringimos aos peculiares objetivos sociais, urbanos e rurais da cidade e do município de Alegrete. Não há motivos para afastar o PMDB de sua Aliança vitoriosa de 2008 e de 2012 para juntar-se a outra coligação. Justamente a que foi derrotada nessas mesmas eleições. Além disso a Executiva atual do PMDB, só nesses últimos meses, está na terceira ou quarta posição diferente sobre as eleições de outubro. Primeiro proclamou que só faria coligação com Partidos que admitissem candidato a Prefeito do PMDB. Nenhum Partido aderiu. A seguir, assumiu candidatura pura: Prefeito e Vice somente do PMDB. Depois, divulgou candidatura a Prefeito pelo PMDB e Vice do PP. De imediato o PP negou estribo. Logo após, a Executiva outra vez declara candidatos a Prefeito e a Vice do próprio PMDB. Falhou de novo. Agora, volta atrás ! E pretende atender às exigências do PP que habilmente conseguiu isolar o PMDB de seus parceiros PDT, PT, PV, PSB, PCdoB e PTB, e impôs sua candidatura a Prefeito. O PMDB – se quiser, assume a candidatura a Vice Prefeito. Do contrário, ficará isolado e dividido como se encontra hoje, sem razão que justifique a ruptura de sua tradicional unidade na história politica no Alegrete.
5. AS ELEIÇÕES DE OUTUBRO Se somamos com leais Companheiros, por duas vezes vitoriosos, em 2008 e 2012, não entendo por que nós do PMDB, em 2016, não podemos continuar somando nesta Parceria que administra Alegrete com realizações positivas inegáveis. Entretanto, a última Pré-Convenção do dia 09 de julho, teve na pauta a coligação PP / PMDB. Resultado: 28 votos a favor e 17 contra, o que nos diz que não foi unânime. Na Convenção de 23 de julho, o Diretório repete percentual similar. E não sendo unânime, se mantém a liberdade de refletir sobre essa tentativa de aproximação forçada. Afirmo que não pensei apenas no que vivi ao sabor das perseguições de 64 em diante, como a imprensa registrou semana passada. Faço raciocínios sobre tudo o que milhares de homens e mulheres, famílias inteiras e as instituições do País sofreram desgastes que explicam a fragilização de nossa estrutura social, política e econômica. E sobre todas as consequências nefastas que perduram por decênios como acontece depois de todas as ditaduras que o mundo viveu. E ainda vive. Há 53 anos, desde 18 de julho de 1963, quando firmei filiação no PTB, sucedido pelo MDB e pelo PMDB, cumpro essa posição dinâmica – de pensamento e de ação. Não estou só nesta apreciação crítica de valorização da Democracia. Nas ruas, nas filas dos Bancos, nos lugares públicos, são incontáveis os Conterrâneos e Conterrâneas que manifestam igual postura política, fiéis a Ideologia do PMDB e a sua História! O resultado real de tudo, o Povo soberano dirá nas urnas das eleições de outubro de 2016. Deixo estas ideias simples – a Homens e Mulheres, Velhos e Jovens, conscientes todos sobre as realidades que aponto, para que façam sua própria reflexão! adaofaraco@via-rs.net
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