domingo, 31 de julho de 2016

O Alegrete, uma Cidade Rururbana O conflito de interpretação entre urbano e rural – zonas espaciais em constantes confluências e o desenvolvimento




Carlos Roberto Maciel Alende*



     A cidade de Alegrete é um espaço territorial a ser analisado de maneira diferente das análises tradicionais, principalmente das análises focadas nas formulações ao desenvolvimento verticalizado pelas esferas governamentais. Na sua evolução histórica a cidade constituiu uma ocupação urbana mesclada com a produção primária rural e a sua configuração espacial.
No entorno da cidade ainda é possível observar uma paisagem de campos e planícies com habitações entremeadas, formando bairros urbanos que se confundem com características rurais. Configurando uma faixa marginal com uma população peri-urbana convivendo ainda com os aspectos do ambiente em seu estado natural.
A densidade habitacional periférica pode ser considerada abrangente e expressiva para caracterizar tipologicamente as pessoas que residem nessa zona da cidade e também em outras partes em direção aos espaços físicos fundiários mais centrais da cidade. Evidencia-se que as características da população denominada censitariamente urbana são intimamente ligadas ou mescladas da população caracterizada genericamente como do rural. Percebe-se isso na reprodução dos hábitos e costumes, na forma de manter a cultura, na linguagem, na maneira de manifestar o sentimento de pertencimento ao território, diluído entre os aspectos lúdicos, condicionados pela espacialização da ocupação histórica e do patrimônio cultural.
As zonas consideradas urbano/rurais (outro lado da ponte - zona sul, zona norte) e entorno da BR 290 entre outras áreas[1] que ficam a margem do núcleo central da cidade foram constituídos em sua maioria de maneira desordenada, ou seja, sem planejamento estrutural com vistas à qualidade de vida e satisfação das necessidades essenciais à sociabilidade e ao convívio humano de maneira organizada no mesmo espaço geográfico.
Habitam essas áreas uma parcela da população que ora reside no espaço rural, ora reside no espaço urbano, na sua maioria são pessoas com relações de trabalho tanto no espaço urbano e rural. Muitos são oriundos do êxodo rural, em alguns períodos desempregados e a espera de oportunidades na inclusão como “cidadãos” produtivos.
Esse contingente de trabalhadores é expressivo na dinâmica de prestação de serviços formais e informais que inclui o vínculo com a construção civil, os serviços assalariados ou sazonais nas atividades agropecuárias dos estabelecimentos patronais (atividades de produção arroz e pecuária extensiva) como peões e, na produção de alimentos em pequenas unidades de produção familiar. Dessa maneira, assumem a condição de uma população flutuante no espaço geográfico, principalmente, relacionado aos períodos de maior oferta de serviços e ocupações produtivas no rural ou no urbano. Tal contingente corresponde a uma fatia social expressiva da sociedade alegretense e co-habitam no rural e urbano confundindo os dados censitários tradicionais, que fixam a população numericamente em um determinado espaço geográfico.
Também estabelecem residência concomitante no rural e urbano e colaboram nessa confluência demográfica os proprietários de estabelecimentos rurais com grandes dimensões físicas que conservam a estrutura fundiária concentrada no espaço rural e reproduzem o modelo insustentável da produção da monocultura extensiva, denominada de agronegócio.
A dinâmica da cidade de Alegrete em suas diversas dimensões mantém uma estreita relação de complementaridade entre a cidade e o espaço rural. São visíveis nas zonas peri-urbana as atividades rurais, com áreas cultivadas com algumas hortaliças para consumo doméstico, pequenas criações (galinhas, patos, angolistas, suínos), produção de pecuária de corte e leite/leitarias (no cabresto ou soltos em áreas com menor densidade habitacional). Assim, convivem, cotidianamente, lado a lado, áreas de produção rural para subsistência e para comércio, sítios de lazer, escolas, pequenos comércios (mercadinhos, armazéns, bolichos, lojinhas), imóveis ligados à tradição (CTG, DTG, GT...) e núcleos habitacionais tipicamente urbanos.  Com qualidade em poucas construções e significativa presença de habitações em condições precárias que “refletem” a pobreza parte significativa da população.
Tais especificidades e particularidades abordadas caracterizam os alegretenses na sua maioria como pessoas rururbanas e, isso não pode ser ignorado no planejamento do desenvolvimento da população e da cidade. Omitir a tipologia social da população consiste em negar as “raízes sociais” e confundir a origem dos problemas vivenciados cotidianamente cognitivos da espacialização. Sem remeter a soluções concretas, adotando-se alternativas paliativas nas formulações das intervenções governamentais.
Mas além de renovar a interpretação da tipologia dos habitantes devemos aprofundar ao analisarmos a urbanização, a espacialização empreendida pelas etnias da classe dominante e consolidada através do formato tecnológico da matriz de produção predominante (pecuária e arroz aprimorada para funcionar economicamente em prol dos complexos agroindustriais). Pois sobre essa espacialização preservada pelos rururbanos alegretenses permeiam às condições vivenciadas na urbanização da cidade de Alegrete.
O arranjo físico/estrutural da cidade e sua dinâmica econômica concentradora das riquezas não viabilizam as condições desejadas para satisfazer em grande parte as necessidades básicas da população urbana e rural, acentuando gradativamente a estagnação do desenvolvimento político, humano, social, econômico, cultural e etc., principalmente, da população mais vulnerável e periférica socialmente. Essa influência direta do modelo de produção exercido pela classe social autodenominada de “elite” agrária alegretense não pode ser desconsiderada em quaisquer debates ou proposições para qualificar a urbanização da cidade de Alegrete. Isso é consenso da maioria, basta assumirmos uma posição sem medo de construirmos com protagonismo novos indicadores ao desenvolvimento local.
As prioridades políticas das demandas para melhorar as condições das cidades e aglomerados urbanos devem considerar as especificidades locais e regionais para construir formulações objetivas e concretas ao desenvolvimento rural/urbano, principalmente, nas regiões deprimidas economicamente, consideradas atrasadas no país, como é o caso da Fronteira Oeste do RS na qual está a cidade do Alegrete.


·         Engenheiro Agrônomo e Diretor Técnico da APAFA – Associação de Pecuaristas e Agricultores Familiares de Alegrete – Vice – Presidente do PC do B – Alegrete – RS.



[1] Vila Brasília, Vila Piola, Capão do Angico e adjacências em geral, Vila Nova, Canudos, Restinga, Regalado e demais aglomerados.

sábado, 30 de julho de 2016

MÁRIO QUINTANA - 110 ANOS - NOSSA HOMENAGEM









Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

POSSE DA NOVA DIRETORIA DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DA ALIMENTAÇÃO DE ALEGRETE


Hoje estará acontecendo a posse estatutária da nova diretoria do STIAA - Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Alegrete.
A oficialização do ato, que reconduzirá o camarada Marcos Antonio Rosse para um mandado de mais 4 anos a frente da entidade, se dará em cumprimento ao estatuto social da entidade, na sede da entidade, sendo que a posse festiva acontecerá no mês de outubro.
Queremos desejar ao camarada Marcos Rosse e toda sua diretoria muito êxito em mais esse mandato a frente dessa importante entidade que, desde a sua fundação, tem cumprido um papel extraordinário na vida política, social e econômica do nosso Alegrete, a frente de lutas históricas como a que trouxe a JCJ - Junta de Conciliação e Justiça, a luta pela manutenção da nossa maior indústria, que hoje está empregando mais de 700 trabalhadores. Nos trabalhos pioneiros de projetos como o Integrar RS, cujos cursos profissionalizantes e de aumento de escolaridade promoveram a inclusão social de muitos trabalhadores e trabalhadoras no nosso município, ou os projetos de pesquisas em parceria com a UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que resultou na criação de uma norma regulamentadora específica para fiscalizar as indústrias frigoríficas brasileiras, visando preservar a saúde e a integridade da classe operária.
Desse trabalho, inclusive, resultou em uma parceria com o Ministério Público do Trabalho e com o Ministério do Trabalho e Emprego, intitulada força tarefa, da qual Marcos Rosse tem sido um participante ativo como diretor da CNTA - Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins, que está servindo de modelo para todo o Brasil, na luta por ambientes saudáveis nos locais de trabalho.
Nesses tempos de ataques diretos aos direitos da classe trabalhadora, o papel do movimento sindical e dos lutadores sociais como a diretoria dessa entidade, torna-se imprescindível.
Boa luta a todos !

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Laci Osório: a história como sustentação da poesia








Virgínia do Rosário




            É da história que Laci Osório  extrai o material de seu trabalho, enquanto poeta. Na elaboração de sua poesia, resguardando as características da arte literária, Laci Osório dirige seus instrumentos de modo que seu produto exponha seu compromisso de classe e proponha o possível e o provável: um mundo livre da exploração do ser humano pelo ser humano.
            Assim é que a poesia de Laci Osório, ao sustentar-se na história, ao comprometer-se com o coletivo, ao endereçar-se à transformação social, reivindica a valorização do trabalho humano. Por isso, comparecem à poesia de Laci, por exemplo, os operários das usinas de carvão, as lavadeiras e os barqueiros que, no poema Guaíba, como o rio, “artéria de sangue sujo”, recebem a denúncia do poeta pela exploração sofrida; ou o camponês que “faz química de suor e sangue/transforma arroz em moeda” para as férias da burguesia rural, na Europa, como no poema À luz dos cassinos; ou o trabalhador do saladeiro que com “pés escamados de sal” prepara o “boi banquete/a todos ricos da espécie/ E na fumaça o arrabalde/ comendo _ em síntese os ossos”, como no poema Saladeiro em tempo de poema.
            Quer cantando os rios Guaíba ou Ibirapuitã (como nos poemas Guaíba ou O rio, quer cantando a música (como em A gaita em variações, Ode ao piano ou Violinos de Paganini, Laci canta, antes, o trabalho humano na história.
            Nos poemas Esperança, A fábula da torre e São Miguel das Missões, o poeta enfoca fatos históricos para denunciar a opressão de que são vítimas os que, com seu trabalho, vêm fazendo, efetivamente, a história, do mesmo modo que apresenta, por exemplo, nos poemas Isadora Duncan e Nasceu uma rosa no mapa da América, a vitória coletiva do trabalho conferida na organização de uma nova sociedade. Destacamos, a título de ilustração, de Lago de sol:
                        “Ritmos de fábrica _ as sirenes soam
                        e a Internacional orquestra as ruas
                        bandeiras de luz acendem consciências
                        _Um lago de sol soa no mundo
                        o apito rouco do Couraçado Aurora
                        que rasgou os mares _ ancorou no pão”.

            Cabe ressaltar também que a grande maioria das poesias de Laci, além de portar, no bojo da sua sustentação histórica, a valorização do trabalho _ e até por isso _, traz um reconhecimento especial à mulher e à criança: uma e outra criando e recriando e recreando a vida, pois que Laci une o trabalho ao ludismo e ao prazer neste tempo histórico que prevê e para o qual podem servir de exemplo versos do Poema dos jovens:
                        “E
                        seremos letras que cantam
                        pela boca das chaminés
                        no som de nossos passos
                        a cor de nossas roupas
                        a música dançando em nossos nervos
                        e o órgão das ruas tocando manhãs.”
            Vale frisar, ainda, que, da mesma maneira como reconhece em seus poemas, entre outros, poetas como Lorca, Maiakovski, Guillen e José Marti, Laci identifica que, por ser trabalho, a arte extrapola fronteiras, torna-se universal e, nesta universalidade, para o tempo histórico anunciado, a paz, junto à presença permanente da criança na poesia, ganha importância capital. Observe-se isto nestes versos de Violinos de Paganini:
                        “Sobre ondas de violinos
                        gostaria de cantar
                        sentir cirandas
                                  cirandas
                        pelas crianças do mundo
                        nas melodias da paz.”
            Com seu trabalho, ao sustentar-se na história, ao fazer arte, Laci, como quer Lukács, mantém-se fiel ao seu compromisso porque reconhece “constantemente o efeito extraordinariamente profundo e vasto da literatura sobre a consciência dos homens”. l




l. LUKÁCS, George. Marx e Engels como historiadores da Literatura. Porto, Nova Crítica,        1979, p. 93

DICA DE CINEMA - Trailer do filme Aquarius -


DICA CULTURAL II

Quando a humanidade se une, o que nasce é arte pura!

UBM


Aconteceu no dia 28 de julho, pela parte da manhã, uma reunião de mulheres para debater temas femininos e feministas. Realizada na sede da APAFA , com a presença de Fabiane Dutra, presidente estadual do conselho da mulher e assessora parlamentar da Deputada Manuela D´avila. Em mira: a constituição de uma seção local da UBM - União Brasileira de Mulheres, com data marcada até o mês de outubro.
Pela parte da tarde, a pauta junto a lideranças locais foi o encontro de fortalecimento de controle social e políticas públicas para as mulheres e movimentos feministas da região.
Por: Gilmar Martins - Facebook

DICA CULTURAL

 
Fonte: Youtube

PROGRAMAÇÃO ESPORTIVA DO FIM DE SEMANA EM ALEGRETE!


A Liga Alegretense de Futebol promove neste próximo domingo (31/07) a segunda rodada da categoria Principal.
Confira as partidas:
Campo do Palmeiras
Porto x Santos
Vera Cruz x Cruzeiro
Campo do Honório Lemes
Napoli x Boca Juniors
Vila Nova x Atlético
Campo do Estrelão
Universal x Operário
Sindicato x Centenário
Fonte: Site rádio Minuano FM - Alegrete rs

JOGOS ESPORTIVOS MUNICIPAIS EM ALEGRETE


A Praça da Juventude recebe nesta sexta-feira (29) a abertura dos Jogos Esportivos Municipais (JEM), do programa Movimento da Vida. O ato está marcado para às 14 horas.

Em sua quinta edição, os JEM conta com a participação de 18 núcleos de nossa cidade. Os jogos ocorrem nas modalidades: futsal, vôlei, basquete, futebol sete, vôlei de areia, corrida (100 m), arremesso de peso, salto em distância. A formação dos times será feita por sorteio e os serão mistos de meninos e meninas, nas categorias sub-10 e sub-13.
Fonte: Site da prefeitura municipal

FOTOS: Arthur Cadó/Depcom-PMA

1ª MATEADA DOS FESTEJOS FARROUPILHAS 

A programação dos Festejos Farroupilhas já está em andamento desde o último dia 17, com a realização da escolha das prendas e peões, ocorrida no CTG Oswaldo Aranha. A próxima atividade prevista na programação será a 1ª Mateada dos Festejos Farroupilhas, que acontece na Praça Getúlio Vargas, a partir das 14 horas deste domingo (31), com atrações artísticas e culturais.

Neste ano, os museus Ícaro Ferreira da Costa e Oswaldo Aranha são parceiros do evento e, em cada uma das quatro mateadas, participarão com espaço cultural e fazendo arrecadação de gêneros alimentícios não perecíveis e fraldas.

Programação:

31/07 – 1ª Mateada dos Festejos Farroupilhas, na Praça Getúlio Vargas. Hora: 14 horas.
12/08 – Saída para chama em Triunfo.
14/08 – 2ª Mateada dos Festejos Farroupilhas, noParque Ruy Ramos. Hora: 14 horas.
28/08 –3ª Mateada dos Festejos Farroupilhas, noPasso Novo. Hora: 14 horas.
04/09 – 4ª Mateada dos Festejos Farroupilhas, na Praça da Juventude. Hora: 14 horas.
07/09 – Cavalgada da Casa do Gaúcho, com saída às 10horas, do CTG Farroupilha.
07/09 – Concurso de peões e prendas mais bem pilchados a cavalo, às 14 horas.
09/09 – Encontro de Benzedeiras, às 19 horas.
10/09 – Saída de Alegrete para o Marco das Três Divisas, às 8 horas.
11/09 – Entrega da centelha da chama crioula, às 9horas.
13/09 – Chegada da Chama na Praça Getúlio Vargas, às 10 horas.
13/09 – Missa Crioula na Igreja Matriz, às 19horas.
16/09 – Caminhada do jovem tradicionalista às 14h30min, com saída do Galpão da Praça.
16/09 – Sessão Solene na Câmara Municipal, às 19 horas.
17/09 – Desfile no Passo Novo, às 11horas.
18/09 – Desfile Temático, às 18horas.
20/09 – Desfile do Dia do Gaúcho, com concentração das entidades tradicionalistas no Parque Ruy Ramos e Avenida Eurípedes Brasil Milano.
Em caso de mudança na programação, a divulgação será feita com antecedência. 
Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Alegrete
FOTO: Andressa Benites/Depcom-PMA

31 de julho: Povo Sem Medo faz atos Fora Temer e pelo plebiscito  - Portal Vermelho



31 de julho: Povo Sem Medo faz atos Fora Temer e pelo plebiscito  - Portal Vermelho

Pesquisa Ipsos realizada em 72 cidades brasileiras, no início de julho, demonstrou que 52% dos brasileiros querem novas eleições para presidente. Marcado para o dia 31 de julho (domingo), o ato Fora Temer organizado pela Frente Povo Sem Medo traz na chamada “O Povo Deve Decidir”. Na opinião de entidades que integram a Frente, a ideia do plebiscito vai impulsionar a luta contra o impeachment e para derrotar o golpe do governo interino de Michel Temer.

Por Railídia Carvalho

 “O dia 31 vai colocar nas ruas uma alternativa para sair do golpe que se estabeleceu no país. Queremos a retirada do governo interino, que não tem legitimidade, que faz parte do golpe, e queremos a possibilidade do povo decidir quem tem essa legitimidade para governar”, afirmou Natália Szermeta, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que faz parte da Frente.

Para a dirigente, o país precisa se restabelecer através de uma eleição, que é o princípio básico da democracia.

Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical, considerou que o plebiscito, mesmo suscitando polêmicas, precisa ser fortalecido como uma das bandeiras da Frente Povo Sem Medo.

“Estão em risco os direitos e o patrimônio público do povo brasileiro. O ilegítimo chegou ao poder através de um golpe que quer impedir a aposentadoria, aniquilar direitos trabalhistas, acabar com as politicas públicas, instituir a terceirização e entregar o pré-sal e a Petrobras”, enumerou o sindicalista.

Resistência


Natália afirmou que a nova alternativa apresentada pela frente ao golpe poderá alcançar parte da população que está insatisfeita mas ainda não participa dos movimentos de rua.

“Vai ser um dia importante para demonstrar que há resistência e que o povo brasileiro não está satisfeito com o governo que prometeu que iria melhorar o Brasil, combater a corrupção e está fazendo exatamente o contrário”, enfatizou Natália.

Milhares

A expectativa dela é que em São Paulo a manifestação reúna aproximadamente 50 mil pessoas. Em março deste ano a Frente Povo Sem Medo levou cerca de 30 mil para a frente da sede da Rede Globo, na zona sul de São Paulo.

Iniciativa da Frente em maio também reuniu milhares em frente à casa de Michel Temer e foi violentamente reprimida pela Polícia Militar (PM). Em junho, ocupação real
izada pela frente no gabinete da Presidência, na avenida Paulista, também foi alvo da violência policial.

terça-feira, 26 de julho de 2016

PANORAMA POLÍTICO

Reproduzimos, abaixo, o texto publicado pelo vereador e ex-Prefeito Adão Faraco acerca do cenário político-eleitoral de Alegrete em 2016. Pela importância do autor, destacado militante do PMDB, tendo sido Prefeito de 1982 a 1986, além de ter ocupado a Secretaria dos Transportes do Estado do RS, no Governo Simon, de 1987 a 1990, e a Presidência do Trensurb.

1. RAZÕES DE UM “NÃO” À COLIGAÇÃO PP / PMDB - Estive uns dias fora do Alegrete e só hoje li os jornais da semana que passou. Vejo notas sobre a proposta “coligação” PP e PMDB. Há informações de que sou contrário “por ter sido perseguido na ditadura e que associo o PP à antiga ARENA”. É claro. Associo o Presente ao Passado recente da nefasta ditadura que o PP ainda faz manifestações de apoio. Mas, não se trata apenas de “associação do PP com a ARENA”. Esse nome foi de tal intensidade execrado pelo povo que se obrigaram a mudar para PDS. Não apagado o conceito ruim, Maluf quando presidiu o PDS, propôs a sigla PP. Duas vezes trocaram de nome, mas não mudaram a ideologia. Nada tenho contra as pessoas, mas não concordo com parte essencial de suas ideias. Por isso, tenho o dever de dizer à minha Comunidade, o que segue, com base no Direito Constitucional de Liberdade de Expressão.
2. INJUSTIÇAS E PREJUÍZOS QUE PERDURAM ATÉ HOJE Afirmo que não apenas eu fui alcançado pela sanha dos civis de 1964 liderados no País por Carlos Lacerda, que já havia protagonizado o drama nacional que em 1954 golpeou Getúlio Vargas. E que em 1964 derrubou o Presidente constitucional João Goulart. Milhares de patriotas tiveram mandatos cassados; direitos políticos suspensos; bancários, estudantes e professores foram afastados dos seus cargos e de suas aulas; aposentadorias foram negadas; outras foram impostas. Cidadãos de menor sorte amargaram prisões e torturados; muitos foram mortos e ainda hoje, em pleno século XXI, famílias inteiras procuram desaparecidos. Em Alegrete contam-se às dezenas os que foram injustamente golpeados por civis que faziam denúncias “anônimas” nas Unidades Militares e na Delegacia de Polícia. A acusação simplista: eram subversivos ! Posso citar alguns: o ferroviário Vereador Adolfo Souto Correa, e o Vereador Eroni Carús; o professor advogado Jorge Alberto Castelini Moreira, a emérita Professora Vanda Souza Trindade, e o professor Lino Rodrigues; os estudantes Eduardo Sabóia Bandeira de Melo, José Carlos Boabaid, o Lagranha; o operário Timóteo Bombach; os cirurgiões dentistas Cassiano Motta e Policarpo Pereira da Costa, o tipógrafo Emilio Lopes e seu filho poeta Carlos Santos Lopes; os capitães Joaquim Rodrigues de Freitas e Carlos Silva; os advogados Jairo Vargas e Jairo Tasso da Costa; os bancários João Antunes e Ajax Parrot; o funcionário estadual Valentim Trindade; o aviador Laci Guterres Felício. Dezenas de pessoas perderam empregos; famílias inteiras sofreram perseguições estúpidas. Os Juízes de Direito foram tolhidos em suas decisões contra o abuso das prisões sem causa; o habeas corpus perdeu validade. Todos eram visados por serem contrários ao golpe de 64, embora sem um só delito que justificasse o arbítrio dos “mini ditadores” locais. Quanto a mim, Vice Prefeito, exercendo a função de Secretário de Educação, tive como parceiros os Vereadores Eleú Menezes e Honório Paines. Tivemos os mandatos populares cassados e os direitos políticos suspensos por dez anos e também por dez anos proibidos de trabalhar com Bancos públicos: Banco do Brasil, Caixa Federal, Caixa Estadual, Banrisul e BRDE. Denuncistas de 64 ainda vivem aqui, enrustidos e temerosos de sua identificação.
3. A SURPREENDENTE JOGADA POLÍTICA ATUAL É meus amigos ! São muitas as razões por que não sou indiferente à submissão do PMDB aos caprichos políticos dos atuais herdeiros da renovada ARENA que aplaudem os ultrapassados “anos de chumbo”, e que hoje continuam exclamando “Saudade da Ditadura!”. A Executiva atual do PMDB ignora esses dolorosos fatos que a história recente retém, e que a Ética Política registra com vigor. Não tenho sentimento de vindita. Mas, fingir que esqueço, é impossível. A Nação inteira repudia os alicerces que ainda vigoram nas bases dos atuais herdeiros dos tempos da quebra do Estado de Direito. Em atitude caracterizada por questões pessoais do Presidente do Partido com o Prefeito, a Executiva pretende torcer o PMDB em favor do seu mais feroz adversário de direita, em todos os tempos no País. E hoje, aqui na Câmara de Vereadores, o PP é o opositor sistemático contra a administração municipal e a todas as suas boas realizações. A Executiva pretende explicar a subserviência ao PP. Alega a corrupção corrente por agentes do plano Federal. Ao mesmo tempo fecha os olhos às irregularidades inadmissíveis na Cúpula Federal do próprio PMDB. Os mais altos líderes do Partido são investigados em ações do Ministério Publico Federal: o Senador Jucá, é presidente do PMDB Nacional; Renan Calheiros - presidente do Senado; Eduardo Cunha – ex-presidente da Câmara; José Sarney – ex-presidente da República. Além disso todos os Deputados Federais do PP também estão investigados na Operação Lava Jato. Somos pela Tolerância Zero – sem exceção, contra todos os delinquentes que se valem dos Partidos e da Política.
4. INDECISÕES E INSEGURANÇA No Alegrete, não há ninguém comprometido com malfeitos federais. Trata-se hoje de eleição municipal e só dos interesses do povo do Alegrete, sem ligação com os erros de Governo –nacionais ou fora do país, nem se registram influência dos investigados. Os Partidos da Aliança e nós não temos compromissos ideológicos uns com os outros. Respeitamo-nos mutuamente e nos restringimos aos peculiares objetivos sociais, urbanos e rurais da cidade e do município de Alegrete. Não há motivos para afastar o PMDB de sua Aliança vitoriosa de 2008 e de 2012 para juntar-se a outra coligação. Justamente a que foi derrotada nessas mesmas eleições. Além disso a Executiva atual do PMDB, só nesses últimos meses, está na terceira ou quarta posição diferente sobre as eleições de outubro. Primeiro proclamou que só faria coligação com Partidos que admitissem candidato a Prefeito do PMDB. Nenhum Partido aderiu. A seguir, assumiu candidatura pura: Prefeito e Vice somente do PMDB. Depois, divulgou candidatura a Prefeito pelo PMDB e Vice do PP. De imediato o PP negou estribo. Logo após, a Executiva outra vez declara candidatos a Prefeito e a Vice do próprio PMDB. Falhou de novo. Agora, volta atrás ! E pretende atender às exigências do PP que habilmente conseguiu isolar o PMDB de seus parceiros PDT, PT, PV, PSB, PCdoB e PTB, e impôs sua candidatura a Prefeito. O PMDB – se quiser, assume a candidatura a Vice Prefeito. Do contrário, ficará isolado e dividido como se encontra hoje, sem razão que justifique a ruptura de sua tradicional unidade na história politica no Alegrete.
5. AS ELEIÇÕES DE OUTUBRO Se somamos com leais Companheiros, por duas vezes vitoriosos, em 2008 e 2012, não entendo por que nós do PMDB, em 2016, não podemos continuar somando nesta Parceria que administra Alegrete com realizações positivas inegáveis. Entretanto, a última Pré-Convenção do dia 09 de julho, teve na pauta a coligação PP / PMDB. Resultado: 28 votos a favor e 17 contra, o que nos diz que não foi unânime. Na Convenção de 23 de julho, o Diretório repete percentual similar. E não sendo unânime, se mantém a liberdade de refletir sobre essa tentativa de aproximação forçada. Afirmo que não pensei apenas no que vivi ao sabor das perseguições de 64 em diante, como a imprensa registrou semana passada. Faço raciocínios sobre tudo o que milhares de homens e mulheres, famílias inteiras e as instituições do País sofreram desgastes que explicam a fragilização de nossa estrutura social, política e econômica. E sobre todas as consequências nefastas que perduram por decênios como acontece depois de todas as ditaduras que o mundo viveu. E ainda vive. Há 53 anos, desde 18 de julho de 1963, quando firmei filiação no PTB, sucedido pelo MDB e pelo PMDB, cumpro essa posição dinâmica – de pensamento e de ação. Não estou só nesta apreciação crítica de valorização da Democracia. Nas ruas, nas filas dos Bancos, nos lugares públicos, são incontáveis os Conterrâneos e Conterrâneas que manifestam igual postura política, fiéis a Ideologia do PMDB e a sua História! O resultado real de tudo, o Povo soberano dirá nas urnas das eleições de outubro de 2016. Deixo estas ideias simples – a Homens e Mulheres, Velhos e Jovens, conscientes todos sobre as realidades que aponto, para que façam sua própria reflexão! adaofaraco@via-rs.net

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Car@s amig@s

Vamos retomar, a partir de hoje, as postagens neste Blog, que ficou desativado por determinado tempo. O espaço manterá sua linha editorial, comprometido com temas da atualidade, nas suas variadas expressões: política, economia, sociedade, cultura, história, movimentos sociais, cotidiano, ecologia, direitos humanos, gênero, sexualidade e outros. Seguiremos pedindo e contando com a colaboração de outras pessoas que queiram se integrar a este espaço. Diferentemente do período anterior, no qual o blog replicava o programa radiofônico de mesmo nome, agora a produção de textos e comentários será feita para o blog. Estamos em período eleitoral e, muito provavelmente, estes temas estarão presentes. Esperamos estabelecer um bom diálogo com nossos leitor@s.