Representantes de sindicatos do Bloco da Segurança cobram do TJ-RS uma
decisão do tribunal que obriga o governo José Ivo Sartori, do PMDB, a
pagar o salário dos servidores da área em dia; participantes do encontro
comentaram um manifesto que circula em presídios gaúchos em que presos
pedem o controle da violência entre as facções criminosas; Isaac Ortiz,
presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da
Policia Civil do RS (Ugeirm), diz que "até os criminosos estão mais
preocupados com a vida dos gaúchos do que ele (Sartori); "Isso é
chocante"
Luís Eduardo Gomes, Sul 21
- Representantes de sindicatos que compõem o Bloco da Segurança se
reuniram nesta sexta-feira (30) com a vice-presidente do Tribunal de
Justiça, a desembargadora Maria Isabel de Azevedo Souza, para cobrar do
Judiciário o cumprimento de uma decisão do próprio TJ que obriga o
Estado a pagar o salário dos servidores da área em dia. Nesta
quinta-feira (29), o governo voltou a anunciar o parcelamento dos
salários relativos ao mês de setembro, com a primeira parcela
equivalente a R$ 810 e a promessa de integralização dos vencimentos
apenas no dia 14 de outubro.
Segundo Alexandre Bobadra, diretor jurídico do Sindicato dos
Servidores Penitenciários do Estado do RS (Amapergs), o objetivo da
entrega do documento é pressionar o TJ a fazer cumprir as decisões
judicias que ordenam o fim do parcalemento de salários pelo Executivo
estadual. Além do documento, representantes da Polícia Civil, Brigada
Militar, Susepe, IGP e Corpo de Bombeiros apresentaram uma petição para
exigir o cumprimento da decisão anterior.
Para Leonel Lucas, presidente da Associação Beneficente Antônio
Mendes Filho (Abamf), entidade que representa os servidores de nível
médio da Brigada Militar (BM), a culpa do parcelamento dos salários já
pode ser atribuída ao Judiciário. “Nós acreditamos que agora o culpado
por esse parcelamento é o Tribunal de Justiça, porque não faz cumprir
uma própria ordem deles que deu ação em favor da categoria. Já que o
governador e o TJ agora estão descumprindo (a decisão judicial), o nosso
maior temor é que não tenha mais lei no RS. Nós não temos mais a quem
recorrer. É nosso último pedido”, afirmou.
Manifesto dos criminosos
Os representantes do Bloco também comentaram um manifesto que circula
desde o início da semana em penitenciárias gaúchas em que presos
defendem a necessidade de se controlar a violência extrema que está
sendo praticada na guerra entre as facções criminosas do Estado.
Para Lucas, da Abamf, o manifesto mostra a organização das facções
criminosas. Ele alerta que uma eventual união delas poderia ser ainda
mais prejudicial para o Estado. “Quando todas essas facções que existem
hoje no RS se unirem, aí realmente o RS vai ver o caos”, diz.
Bobadra, que trabalha na Susepe e, portanto, diretamente com os
presos, avalia que o manifesto é “um grito de socorro dos próprios
presos”. “Nós temos quase 35 mil pessoas que cumprem pena no RS e um
déficit de 10 mil vagas em 104 casas prisionais. Nós precisamos, no
mínimo, mais 3 mil vagas para suprir o déficit atual e a contratação de
outros 700 servidores para retomar o Presídio Central e Charqueadas”, afirma.
Fonte: Brasil 247
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